tag:blogger.com,1999:blog-19700765311163393522024-03-04T00:21:21.821-03:00|Só para loucos, só para raros...|um inquieto.http://www.blogger.com/profile/03561836718913928298noreply@blogger.comBlogger148125tag:blogger.com,1999:blog-1970076531116339352.post-17975267165074029762015-07-22T00:09:00.000-03:002015-07-22T00:10:58.431-03:00o homem que agora tinha 27<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm;">
o homem que agora tinha 27<o:p></o:p></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
acordou e agradeceu mais uma primavera<o:p></o:p></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
lembrando que vida não é fácil, fez seu
café<o:p></o:p></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
entendeu que fazia parte de uma nova era<o:p></o:p></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
e foi buscar mais fé<br />
<br />
o homem que agora tinha 27<br />
sozinho, observou o raio do sol<br />
enquanto todos estavam na cama<o:p></o:p></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 13.5pt;">
desceu a escada
caracol<br />
e se lembrou de quem ama <o:p></o:p></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
o homem que agora tinha 27<o:p></o:p></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
viu a felicidade por Skype<br />
entendeu que não podia estar junto<br />
aprendeu a entender o naipe<br />
de quem anda sozinho no mundo<br />
<br />
o homem que agora tinha 27<br />
tinha também um emprego<br />
e tinha contas, e muita coisa além<o:p></o:p></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
mas entendeu que dinheiro é ego<br />
e a sorte que muitos não tem<o:p></o:p></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<br /></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
o homem que agora tinha 27<br />
fez questão de ouvir um outro som<o:p></o:p></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
porque se lembrou de um tempo bom<o:p></o:p></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
que a responsa era pouca<br />
e sua voz, menos rouca<br />
<br />
o homem que agora tinha 27<o:p></o:p></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
se emocionou ao pegar no caderno<o:p></o:p></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
foi no suor, só ele sabe<br />
que o aprendizado é eterno<br />
e que vontade não falte<br />
<br />
o homem que agora tinha 27<br />
sorriu sozinho com o cabelo branco<br />
esqueceu-se do saldo no banco<br />
aprendeu a ser menos afoito<br />
e agora esperar os 28<br /><br />
ps: livremente inspirado em "O Homem que não tinha nada".<br />
<br /><b>
Guilherme Vilaggio Del Russo</b><span style="font-size: 13.5pt;"><o:p></o:p></span></div>
um inquieto.http://www.blogger.com/profile/03561836718913928298noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-1970076531116339352.post-81972521961147670292013-11-20T21:33:00.000-02:002013-11-20T21:33:20.654-02:00a montanha de neve brancacá estamos de novo. um mesmo sentimento com outra forma. Branca, simples, fácil de se encaixar neste hoje. um brinde de sol e um sorriso bonito, é exatamente isso que você significa pra mim. Sei que andas tentando me fazer não te esquecer e esse texto é a mostra pura de que você está indo muito bem.<br />
<br />
você fala e eu confirmo, você dorme eu olho, você se exibe eu acato, você me acorda eu enrolo e isso tem virado uma bola de neve bem divertida, rolando montanha abaixo naturalmente, com ajuda da força da gravidade e uma boa dose de vodka, como a vida pede, você sabe.<br />
<br />
eu já estive aqui, meu bem. Agora, olhando aqui de cima, vi que na maioria das vezes, foi sem querer. O ar fica rarefeito nessas horas e tenho usado isso como desculpa pra pensar sem a clareza necessária. A sensação que tenho agora não é de vitória pela chegada, mas curiosidade por aquilo que ainda há de vir. É claro que a gente se machuca e promete nunca mais voltar a trilhar sem antes ter pensado no preparo necessário. Mas ao longo do tempo, aprendi que o legal não é chegar logo, nem estar pronto, mas é curtir o caminho com calma. Que tempo é oxigênio para continuar e continuar e continuar.<br />
<br />
vou te deixar ali, no canto direito, pra ver se isso me traz o equilíbrio que se pede em uma caminhada. Afinal, e se isso fosse feito a dois?<br />
<br />
<b>Guilherme Vilaggio Del Russo</b>um inquieto.http://www.blogger.com/profile/03561836718913928298noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-1970076531116339352.post-26375726031303049632013-10-14T01:14:00.001-03:002013-10-14T01:32:21.280-03:00o lápis da vidafaz algum tempo que tenho andado por aqui. Sem desejar muito. Sem esperar tanto. Muitos círculos, pouca velocidade. Apareço em poucas histórias e pouco tenho feito para construir as minhas. Parado no meu trânsito imaginário. Me esforço em comprar livros que não leio. E me esforço ainda mais para buscar razões para isso. Não tem sido fácil. Acho que faz parte da natureza humana o boicote a si mesmo. Até porque, o que pode ser pior que o sentimento de fracasso ao final? Talvez a incerteza do começo, vai saber. E assim, meio que na banguela, eu opto pela auto piedade. E pela rotina.<br />
<br />
o dia em que as coisas vão pelos ares está ali, me esperando. A coincidência fica pelo fato de eu também estar esperando por ele. Inimaginável não pensar nesse encontro. Tenho tantas ideias, tantas vontades. E também preguiça. Não são poucas as vezes que vejo um apontador em cima da minha mesa. Só me falta a coragem para recomeçar a escrever.<br />
<br />
<b>Guilherme Vilaggio Del Russo</b>um inquieto.http://www.blogger.com/profile/03561836718913928298noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-1970076531116339352.post-21516941015879841642013-06-13T01:23:00.000-03:002013-10-14T00:52:18.748-03:00verdade<span style="-webkit-tap-highlight-color: rgba(26, 26, 26, 0.294118); font-family: inherit; line-height: 24px;">Ser docente e ser decente</span><br />
<div style="-webkit-tap-highlight-color: rgba(26, 26, 26, 0.294118); line-height: 24px;">
<span style="font-family: inherit;">Quando se está só</span></div>
<div style="-webkit-tap-highlight-color: rgba(26, 26, 26, 0.294118); line-height: 24px;">
<span style="font-family: inherit;">É nao cuspir na vida</span></div>
<div style="-webkit-tap-highlight-color: rgba(26, 26, 26, 0.294118); line-height: 24px;">
<span style="font-family: inherit;">Mas te cobrar sem dó</span></div>
<div style="-webkit-tap-highlight-color: rgba(26, 26, 26, 0.294118); line-height: 24px;">
<span style="font-family: inherit;">Inamorável, seja talvez</span></div>
<div style="-webkit-tap-highlight-color: rgba(26, 26, 26, 0.294118); line-height: 24px;">
<span style="font-family: inherit;">Olhando da pedra mais alta</span></div>
<div style="-webkit-tap-highlight-color: rgba(26, 26, 26, 0.294118); line-height: 24px;">
<span style="font-family: inherit;">Aquilo que se pensa ser</span></div>
<div style="-webkit-tap-highlight-color: rgba(26, 26, 26, 0.294118); line-height: 24px;">
<span style="font-family: inherit;">Quando te escondes pra ver</span></div>
<div style="-webkit-tap-highlight-color: rgba(26, 26, 26, 0.294118); line-height: 24px;">
<span style="font-family: inherit;">O que te faz falta</span></div>
<div style="-webkit-tap-highlight-color: rgba(26, 26, 26, 0.294118); line-height: 24px;">
<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
<div style="-webkit-tap-highlight-color: rgba(26, 26, 26, 0.294118); line-height: 24px;">
<span style="font-family: inherit;"><b>Guilherme Vilaggio Del Russo</b></span></div>
um inquieto.http://www.blogger.com/profile/03561836718913928298noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1970076531116339352.post-91035325533477924852013-05-25T14:10:00.002-03:002013-05-25T14:10:53.697-03:00minha vida longe (perto) de vocêNo despertador do iPhone, toca Lulu Santos. É hora de acordar. Acordo e tomo meu café com Nescau, com o pão de manteiga mergulhado até o fundo. 2 colheres sem açúcar, afinal já vem adoçado, como você pregava. Vou para o banho e esqueço a toalha. Mais uma vez. De novo. Estranho não ouvir nenhuma reclamação no instante posterior ao grito de ajuda. Me troco, a roupa está amarrotada. Desculpe, guardei assim mesmo, eu confesso. Amanhã vai ser diferente. Vou pro trabalho. Não, espera, deixei os copos sujos na pia. Ok, "Vai juntar formiga e blablabla..". Eu sei de cor, não te preocupa.<br />
<br />
Trabalho. Horas sentado esperando aquele feijão bem temperado que você me ensinou a fazer. Não, espera....esqueci. Esqueci ele na geladeira. Bem que você me falou. Não 1 ou 2 dias. 24 anos. Não importa, vou comer miojo mesmo, você ficaria preocupada mas sabe que eu faria isso. Eu sei que "só faz mal, que só tem sódio..." mas o que são 24% de sódio (em uma dieta calculada em cima de 2.000 kcal, informação sempre tão fundamental) perto da fome?<br />
<br />
Academia. No espelho, um recado que diz "Anabolizantes podem causar a morte". É. Uma senhora de 50 anos me dizia a mesma coisa, quase um mantra, uma insistência diária pra que eu trocasse o peso pelo cobertor de casa. "Como será que ela está agora?, me pergunto". Pego o carro, no rádio "Apenas mais uma de amor". Só pode ser perseguição, pra me lembrar de cumprir os 60km por hora. Que chata. Que saudade. Chego em casa e não é estranho encontrar aquela baderna. O que você diria disso hein? Até ontem era "a forma de me encontrar na minhas coisas", hoje, fere meus olhos. A vassoura é minha melhor amiga depois das 22 hrs. E lá vamos nós de novo.<br />
<br />
Deito na cama devidamente arrumada apesar do meu argumento que você esculachava de que "eu vou bagunçar tudo de novo mesmo". Mas antes, ali pendurado, meu violão me convida pra uma musiquinha. Acho que dá tempo de uma. Desta vez no meu violão, já que você tinha ciúmes do teu e jamais me emprestava. E começa, algo como "Eu não consigo me convencer, que essa vida não foi injusta, tanta falta me faz você, queria ver você lá em casa...Oh mãe, o amor que eu tenho por você, é teu..". É, acho que ela ia gostar se eu cantasse isso pra ela.<br />
<br />
Viu só, mãe? A distância é ilustrativa, você continua comigo o tempo todo.<br />
<br />
<b>Guilherme Vilaggio Del Russo</b><br />
<br />
<br />um inquieto.http://www.blogger.com/profile/03561836718913928298noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-1970076531116339352.post-4343418504435989082013-02-18T22:20:00.001-03:002013-02-18T22:22:29.975-03:00Consertar vocêJá reli nossa conversa uma porção de vezes. Em cada uma delas, uma percepção. Não tem sido fácil não ser óbvio. Maldita coerência sentimental que me leva a pensar em cada gesto, atitude, cada palavra. Se você parar e pensar, é completamente irracional mas acredito que é justamente daí que nascem os sentimentos genuínos.<br />
<br />
Não sou um dejavu. Somos uma oportunidade esperando pra ser regada e adubada. Sabemos que a vida é feita de escolhas mas hoje eu só quero saber o que você quer pro jantar, se prefere vinho branco ou rosé. É simples. Hoje eu vim pra fazer você resgatar antigas crenças.<br />
<br />
Você me conhece pouco, mas, se deixar, verá que tenho predisposição a encontrar gente do bem no caminho. Gente que agregue, que soma, a diferença numa noitada de vestidinhos iguais e iguais e iguais... Essa pessoa ê você e essa é a boa notícia. Isso não pode ser coincidência.<br />
<br />
A má é que eu não faço a menor idéia de como fazer você acreditar mais. De parecer um cachorro pedindo mais meia dúzia de palavras e afagos. Você talve ria desse texto, mas achei ser a escolha certa num momento onde elas são necessárias. Uma delas foi te por aqui. Guardar você e esse sentimento bom aqui pra sempre.<br />
<br />
Agora, eu preciso de você. Não sei o que está acontecendo nem se está acontecendo algo entre nós. Nem um bom motivo pra te fazer gastar um pouco da sua fé em mim. Mas, if i never try, "i'll never know". Certo?<br />
<br />
É isso. Branco ou Rosé?<br />
<br />
Guilherme Vilaggio Del Russoum inquieto.http://www.blogger.com/profile/03561836718913928298noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1970076531116339352.post-31405278504009567562012-12-19T12:27:00.004-02:002012-12-19T12:27:58.358-02:00o nosso hojevocê só aprende quando vive uma experiência dessas. Você vê em cada domingo, um global dizendo que, no final depois de tanto trabalho e distância, o que vale é a família, que é a base de tudo, que é o pilar, que é o cimento da vida e outras metáforas dominicais. Na cabeça, não passa outra coisa: - "Mas que babaca, quer pagar de humilde agora. O que ele tem pra me ensinar da vida?".<br />
<br />
e aí você realmente vive isso. E não vive só no domingo, você vive todo dia. Você sente saudades de coisas que odiava. Sente falta de estar perto pra quem você prometeu que era preciso um caminho sozinho. Você lembra que sua cama não era tão dura assim e que sua mãe era...sua mãe, cara. Das pessoas que eram mais do mesmo, você as vê diferente, um olhar distante na distância mas profundo na análise. Cada dia é outro dia em que você perdeu seu pai resmungando na sala de estar.<br />
<br />
não é pra ser algo pessimista, longe disso. Mas você se dá conta de que engrandece porque os problemas também são do mesmo tamanho. Você precisa competir de igual pra igual, senão não vai dar. Você aprende um monte de babaquices globais e vê que elas tem até...sentido. No final, vê que que o vale é a família, que ela é a base de tudo, que é pilar, que é o cimento da vida e o que mais será dito no próximo domingo.um inquieto.http://www.blogger.com/profile/03561836718913928298noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-1970076531116339352.post-58312308696699807872012-07-01T15:49:00.001-03:002012-07-01T15:51:03.302-03:00Vinte e sete de Agosto<span style="font-family: inherit;">Querida,</span><br />
<span style="font-family: inherit;"><br /></span><br />
<span style="font-family: inherit;">deve estar frio por aí, eu sei. Aqui até que o céu anda aberto, mas nem por isso as coisas tem sido mais fáceis. Nesses dias cheguei a conclusão de que você realmente não me conhece muito bem. Se você tivesse me deixado ser o que sou, veria que eu não sou tão difícil de me entregar assim. E que me entreguei. Tenho pensado muito de que era pra ser e a gente não quis.</span><br />
<span style="background-color: white; font-family: inherit;"><br /></span><br />
<span style="background-color: white; font-family: inherit;">Não há uma maneira simples de assumir que não escolhemos o caminho que havia sido feito</span><span style="background-color: white; font-family: inherit;"> pra gente. E isso me assusta, linda. Porque foi ontem, ali naquele boteco aberto na cidade fechada. Você falava alguma coisa, eu concordava, você me escolheu primeiro, eu te imaginei por livros e viagens, era a dose de loucura ideal pra alguém que tinha sede disso. Acho que foi ali que percebi que queria passar o resto da minha vida tomando aquele 1.3 litros de cerveja. Claro, a cerveja era ótima, mas ainda preferia seu sorriso.</span><br />
<span style="background-color: white; font-family: inherit;"><br /></span><br />
<span style="background-color: white; font-family: inherit;">Você é do tipo louca, aquelas neuróticas, do tipo que me faz sorrir e pedir pra não adiantasse o relógio da vida. Mas eu te escolhi, então essa é a boa notícia. A ruim vem agora. O prazo de validade do seu amor venceu e só me traz hoje na boca um sabor insosso. Você anda distante o suficiente pra buscar comparação. E hoje tenho a impressão de que a gente vai se perder lá fora. Quando olharmos o calendário e as fotos, veremos que o momento de mudar tudo se foi. E nos caberá aceitar. </span><br />
<span style="background-color: white; font-family: inherit;"><br /></span><br />
<span style="font-family: inherit;">Não querida, não. Eu não esqueci das datas importantes. Eu sofro com uma péssima memória mas tenho um pré-disposição para achar que escrevo bem e fiz do título uma cola pra me fazer lembrar. Lembro também que você faz um ótimo risoto e isso deve valer pra alguma coisa. Assim como seu abraço. Era como o vinho, com cheiro de espera, saudade. Quanto mais demorasse pra acontecer, mais gostoso.</span><br />
<span style="background-color: white; font-family: inherit;"><br /></span><br />
<span style="background-color: white; font-family: inherit;">Eu não consigo encontrar uma argumento pra fazer com que você ainda acredite e gaste seu tempo comigo. Mas, que merda, a gente no seu cobertor era ótimo e não pode ter acontecido sem querer, você sabe.</span><br />
<span style="font-family: inherit;"><br /></span><br />
<span style="font-family: inherit;">"Infielmente seu",</span><br />
<b><span style="font-family: inherit;">Guilherme Vilaggio Del Russo</span></b><br />
<b><span style="font-family: inherit;"><br /></span></b><br />
<span style="font-family: inherit; text-align: left;">"Si escribo algo, temo que suceda, si amo demasiado a alguien temo perderlo; sin embargo no puedo dejar de escribir ni de amar."</span>um inquieto.http://www.blogger.com/profile/03561836718913928298noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-1970076531116339352.post-31929398308191585852012-05-25T19:03:00.000-03:002012-05-25T19:03:02.781-03:00MarmitaOuço de longe o vinil velho. O que toca nele é Raul e eu lembro de minha mãe. Ah, mãe. Saudades da época em que eu era legal não é, mãe? Pequeno, indefeso. É, eu também sinto saudades, sabia? A gente não se cabia de tanta alegria quando você nos levava ao Mc Donalds e eu sonhava em passar a vida naquele lugar. Quantas foram as vezes que eu sonhei que você não repassaria a tabuada do 8 comigo quando chegasse do trabalho. Se hoje me cobro tanto é pra não perder o costume. E você gastou tantas horas da sua vida com nós e me parece que esqueceu de viver, esqueceu-se de si. Onde estão seus sonhos, desejos, vontades, mãe? Meu desejo hoje é que você cumpra o seu. Corte o bolo e faça um pedido pra VOCÊ.<br />
<br />
Agora entendo que você nos exigia o mínimo e não a perfeição. Porque se contentar com o 5 se eu podia ter um 9? "Não se compare com a média. Ela é pouca e traiçoeira." Seu mantra em minha memória permanente. Que bom. Consigo enxergar que você sabia exatamente o que íamos passar e quis nos deixar prontos para tudo. Missão cumprida, mãe, descanse um pouco mais, deixe o sobrenome por nossa conta.<br />
<br />
Pode parecer que as coisas andam meio cinzas lá fora mas é só neblina dificultando um pouco mais esses raios de sol. Há dias assim e eu sei que você balança neles. A vida não é só de entrega e 8 horas debaixo da coberta. Eu ainda acho que você se doa demais pelos outros e aperta o "soneca" de menos. Se dê a chance de chegar atrasada. Não se trata de um conselho para ser egoísta: é preocupação de ver sorrir aquela que não desgruda do giz.Você já é ótima professora, mãe. Da vida.<br />
<br />
Não ando falando muito e o mundo me ensina a dizer cada vez menos, mas sinto sua falta no dia a dia. Que você sempre fique aí, com sua meia de lã azul , um estranho gosto por filmes de desenho e me dizendo que ainda considero nossa casa, um albergue. Eu te perdoo. E te amo.<br />
<br />
ps: passado tantos anos você já pode dizer que eu fui o melhor guardador de louças que você já viu.<br />
<br />
<b>Guilherme Vilaggio Del Russo</b>um inquieto.http://www.blogger.com/profile/03561836718913928298noreply@blogger.com5São Paulo, Brasil-23.5489433 -46.6388182-24.014749300000002 -47.270532200000005 -23.0831373 -46.0071042tag:blogger.com,1999:blog-1970076531116339352.post-13770439308639365682012-05-13T03:24:00.001-03:002012-05-13T03:24:07.563-03:00olhar claro, meio verde ás vezes.2 e 44 da manhã, whisky daqueles nacionais e duas pedras de gelo. O auge de meus 23 anos e você. Em pensamento, claro. Ninguém pensou que seria fácil.<br />
<br />
Tô te vendo de longe faz um tempo e daqui de cima me parece que você caminha bem. O marca páginas da minha vida é que anda parado. Confesso: eu preciso de todo o cuidado. Minhas camisas xadrez também. Tem uma velha, branca e cinza que me lembra muito você, de quando a única preocupação era quem acaba primeiro a cerveja do boteco.<br /><br />Mas aí vem a notícia boa: eu ainda sou o mesmo. Você diz que não é, mas ouvi de canto que você aprendeu a mentir. Que bom. Depois, vem a notícia ruim: eu preciso andar. Inclusive, eu também preciso respirar. Pra mim, um é consequência do outro. Te mando carta, te faço um texto. Mas vou caminhar. Eu preciso me achar. Um dia eu volto mas me custa acreditar que você vai estar na porta da sua casa, de pijama, dizendo (com o sorriso mais lindo do planeta) "Entra que tá frio". A merda é que eu sou um otimista por natureza. E distante por necessidade.<br /><br />Sabe, não vou culpar a ninguém. Quem em sã consciência começaria algo pensando no fim. Não faz muito sentido, você deveria saber. O mundo não pode ser tão chato assim então acabei de abrir a segunda latinha de cerveja. Vou misturar mesmo e rezar pra que isso faça sentido amanhã. E não faça estrago no estômago.<br />
<br />
E olha aí, já vem vindo a saudade me pedindo um espaço. E tem como não dar abrigo? Aquele dia dentro do carro na ladeira foi incrível, não é? Bons momentos. Mas você vai encontrar alguém que te faça ainda mais feliz. E eu vou...me encontrar, por ora. Pra mim, é o primeiro passo. Que eu nunca seja o cara de um texto, mas sim o cara da lembrança. Pura, genuína, natural. Como a gente foi. Ou será?<br />
<br />
<b>Guilherme Vilaggio Del Russo.</b><br /><br /><br />
<br />um inquieto.http://www.blogger.com/profile/03561836718913928298noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-1970076531116339352.post-8360845491996427592012-04-19T21:45:00.010-03:002012-04-19T22:49:41.550-03:00A história de Jacks e o SabiáMenino-homem, <span style="font-style: normal; font-weight: normal; font-size: 100%; ">homem-menino</span><div style="font-style: normal; font-weight: normal; "><span style="font-size: 100%; ">de meia idade</span></div><div style="font-style: normal; font-weight: normal; "><span style="font-size: 100%; ">esqueceu de crescer</span></div><div style="font-style: normal; font-weight: normal; "><span style="font-size: 100%; ">e foi viver de verdade</span></div><div style="font-style: normal; font-weight: normal; "><span style="font-size: 100%; "><br /></span></div><div style="font-style: normal; font-weight: normal; ">foi se encontrar com Deus</div><div style="font-style: normal; font-weight: normal; ">e perguntar porque foi escolhido</div><div style="font-style: normal; font-weight: normal; ">pra ser daquele jeito</div><div style="font-style: normal; font-weight: normal; ">eternamente menino</div><div style="font-style: normal; font-weight: normal; "><br /></div><div style="font-style: normal; font-weight: normal; ">alma leve, coração puro</div><div style="font-style: normal; font-weight: normal; ">escondido em uma ilha, <span style="font-size: 100%; ">por lá viveu</span></div><div style="font-style: normal; font-weight: normal; ">não deixou filho, filha<span style="font-size: 100%; "> </span></div><div style="font-style: normal; font-weight: normal; ">e tá indo "pra um lugar todinho meu"</div><div style="font-style: normal; font-weight: normal; "><span style="font-size: 100%; "><br /></span></div><div style="font-style: normal; font-weight: normal; "><span style="font-size: 100%; ">e agora que me dei conta</span></div><div style="font-style: normal; font-weight: normal; ">que o inocente sou eu</div><div style="font-style: normal; font-weight: normal; ">porque fui obrigado a caminhar</div><div style="font-style: normal; font-weight: normal; ">e de qualquer obrigação, ele se esqueceu</div><div style="font-style: normal; font-weight: normal; "><br /></div><div style="font-style: normal; font-weight: normal; ">você veio e ensinou</div><div style="font-style: normal; font-weight: normal; ">que viver preocupado é grande bobagem</div><div style="font-style: normal; font-weight: normal; ">mas chegando lá em cima, não esqueça de ligar dizendo</div><div style="font-style: normal; font-weight: normal; ">"fiz boa viagem".</div><div style="font-style: normal; font-weight: normal; "><br /></div><div style="font-style: normal; font-weight: normal; ">que exemplo, que sorte a tua</div><div style="font-style: normal; font-weight: normal; ">de ter vivido só a juventude</div><div style="font-style: normal; font-weight: normal; ">a vida em sua amplitude</div><div style="font-style: normal; font-weight: normal; ">a carne estava com sal mas a poesia é sua</div><div style="font-style: normal; font-weight: normal; "><br /></div><div style="font-style: normal; font-weight: normal; ">E foi assim, sonhando em tempo integral</div><div style="font-style: normal; font-weight: normal; "><span style="font-size: 100%; ">que viveu o cara libertino</span></div><div style="font-style: normal; font-weight: normal; "><span style="font-size: 100%; ">mostrando que não há nenhum mal</span></div><div style="font-style: normal; font-weight: normal; ">ter na raiz a grandeza de ser menino</div><div style="font-style: normal; "><b><br /></b></div><div style="font-style: normal; "><b>Guilherme Vilaggio Del Russo</b></div><div style="font-style: normal; font-weight: normal; "><br /></div><div style="font-weight: normal; "><i>* em homenagem a Jacks Jairo Wiesen Thiesen, falecido no dia 19/04, vítima da escolha divina pelos puros e bons.</i></div><div style="font-style: normal; font-weight: normal; "><br /></div>um inquieto.http://www.blogger.com/profile/03561836718913928298noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-1970076531116339352.post-6942558670108986852012-03-09T23:24:00.006-03:002012-03-09T23:54:18.894-03:00A casa triste6 horas da manhã e pra me sacanear, eu levanto. Lá fora, um sol que ri da minha cara de sono e meu cão chorando por estar preso. Preso parece estar eu, porque essa noite foi foda. 1 minuto dormindo, 3 pensando que é preciso ter muita gana. "O que eu vou fazer pra me mudar amanhã?". Pego a corrente do vira-lata e saimos juntos, na cabeça a dúvida se faço isso realmente por ele.<div style="font-weight: normal; "><br /><div>Hoje eu estava puto da vida e com a mesma. A mesma estúpida sensação de que basta seguir caminhando mas que Deus é um grande GPS desatualizado. Algumas ruas contra-mão, caminhos mais longos, placas de "proibido parar". Mas trajeto traçado. Como é difícil engatar essa 3ª. </div><div><br /></div><div>A verdade é que não anda fácil. É preciso se provar dia após dia que você é capaz. É exercício diário e se não faço, me esqueço. Das vitórias eu nem me lembro, mas as brigas e confrontos ficam remoendo aqui dentro. Que fase, que frio. Acho que meu cão está cansado. E eu idem. </div><div><br /></div><div>Cansado e tão descrente que penso em pegar a bíblia. Droga. Troquei ela em um sebo por um livro do Chico. "Aprende, Guilherme", ás vezes sozinho não dá.</div></div><div style="font-weight: normal; "><br /></div><div><b>Guilherme Vilaggio Del Russo</b></div>um inquieto.http://www.blogger.com/profile/03561836718913928298noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-1970076531116339352.post-33770996291533223602012-01-05T23:51:00.005-02:002012-01-06T00:23:25.198-02:00meus próximos 12 meses.Comecei o ano no shuffe. Claro, nada mais óbvio para alguém como eu que não consegue tomar uma decisão com facilidade. Deixei as escolhas a esmo. Ele normalmente tem a razão. As músicas que tocam tem caído bem. Me feito bem. A gente vive ouvindo a mesma música por tanto tempo que esquece de abrir, um poquinho que seja, os olhos para o redor. Ou os ouvidos.<div><br /></div><div>Pra este 2012 escolhi que preciso de foco. Preciso aprender a abrir mão, a ter prioridades, a dizer não. É difícil, são 23 anos tentando não desagradar ninguém. "Mas a vida é assim, Guilherme, deixa de ser muleque". Palavras do meu subconsciente. Ok, nada de auto-piedade, essa nunca foi uma das minhas qualidades mesmo.</div><div><br /></div><div>Este ano não quero abdicar do meu direito universal de sonhar. Tendo sido tão racional nos últimos tempos que sou pura matemática. Certa, correta, precisa, que não deixando sombra de dúvidas. Chata, no final das contas. Quero me perdoar mais, conhecer quem está me esperando, aprender o que sempre fui contra, acreditar mais em superstições e pedir desculpas a Deus. Sim, cada vez estamos mais distantes. Mas trata-se de uma relação de confiança, cada um trabalha do seu lado. Ás vezes de auto-confiança. Em excesso. E aí, nessa hora ele vem me lembrar que não importa as decisões que eu tome, as prioridades que eleja, as coisas que vou optar por abrir mão, a vida vai ser esse eterno shuflle. Vai sempre tocar a música que eu preciso ouvir.</div><div><br /></div><div>A escolha é minha. E eu opto por escolher quem, o que e quando, somente no momento que tiver de ser. 2012, vem cá dar um abraço. Será do caralho.</div><div><br /></div><div><b>Guilherme Vilaggio Del Russo</b></div>um inquieto.http://www.blogger.com/profile/03561836718913928298noreply@blogger.com10tag:blogger.com,1999:blog-1970076531116339352.post-31043210931616070792011-11-05T22:12:00.005-02:002011-11-05T23:02:46.615-02:00"o futuro é um labirinto."Cheguei a ler teu horóscopo hoje pela manhã. Queria te entender melhor, você sempre tão oito ou oitenta. Esse seu desinteresse me deixa um pouco chateado, confesso. Desinteresse pela vida, você anda se contentando com seu passado. Existe uma vida aqui fora e você não faz ideia de quanto ela é colorida. Uma hora sua vida encostada no sofá da sala vai ter que terminar. Pouca coisa é muito quando não se tem nada.<div><br /></div><div>E você não sabe, mas estou aqui de braços abertos te esperando pra dar um grande abraço e gritarmos "Oi, mundo!". E depois, a gente vai viver. Vai viajar também, é o que você mais quer. É tão confuso para mim nos imaginar de mãos dadas e ao mesmo tempo nunca me sentir confortável para falar com você sobre algo que não fosse a rotina de trabalho diário e sua preferência pelo rock.</div><div><br /></div><div>Acredita em mim, seremos felizes. A gente sempre se desencontra, uma hora a vida erra o caminho e nos acerta. Temos tudo para dar certo, pelo menos é o que diz esse seu horóscopo.</div><div><br /></div><div><b>Guilherme Vilaggio Del Russo</b></div>um inquieto.http://www.blogger.com/profile/03561836718913928298noreply@blogger.com18tag:blogger.com,1999:blog-1970076531116339352.post-35149937449441096512011-10-08T22:37:00.007-03:002011-10-08T22:57:54.896-03:00quando ela está por perto.lá vem ela de novo, <div>me pergunta se pode repetir<br /><div>com seu jeito deselegante de andar,</div><div>um pouco anos 50. Não se importa.</div><div>ela faz questão de mostrar seu novo vestido</div><div>e me faz mais feliz por perguntar como foi meu dia</div><div>sorriso sincero, </div></div><div>não dá pra não retribuir quando ela diz estar com saudades</div><div>e pra aparecer mais, pra lembrarmos do nosso passado</div><div>de um tempo que caminhávamos de mãos dadas.</div><div>continua amando as músicas de ontem</div><div>e sua vitrola de casa não é vintage, ela jura.</div><div>a gente se divertia com tão pouco, lembra?</div><div>bastava uma meia dúzia de palavras cruzadas</div><div>ou uma viagem juntos</div><div>pra deixar claro que amor como esse</div><div>distância alguma poderia quebrar.</div><div><br /></div><div>e sem graça, no final do jantar</div><div>me puxa de canto e me pergunta, de novo</div><div>sutil, como sempre foi pela vida inteira</div><div>- Posso repetir?</div><div>- Pode, vó, claro. Só hoje, sem abusar.</div><div><br /></div><div><b>Guilherme Vilaggio Del Russo</b></div><div><b><br /></b></div><div>ps: para Clarice Aparecida Dias Vilaggio, que com o cabo da vassoura me ensinou que a vida é mais do que escrever em um blog e menos difícil do que a gente imagina.</div>um inquieto.http://www.blogger.com/profile/03561836718913928298noreply@blogger.com7tag:blogger.com,1999:blog-1970076531116339352.post-91562528116267201072011-09-07T20:19:00.024-03:002011-09-07T21:50:49.476-03:00Sobre América Latina e ovos com baconQue feliz sou por poder beber este mate quente. Mais feliz ainda sou por ter isso todo os domingos com "mi papá" ao lado. É desses costumes que vão muito mais além do que simplesmente fazê-lo: sente-se. Pertencer a este pedaço de chão que chamo de Futuro (outros tanto chamam de América Latina, e outros, aqueles que possuem a arrogância peculiar de nos olhar de cima, chamam de terceiro mundo) é poder observar e vivenciar a diversidade contínua de raças, cores e amores. Contrariando uma sociedade que prega que ser igual é ser mais feliz, digo que minha vida pertence a este lugar, que a vontade de caminhar por trechos desta América é infinitamente maior do que visitar aqueles que um dia, com armas, vieram para cá pregar seu estilo de vida. <div><br /></div><div>Parece que gostamos desse fado carregado por tantos e tantos anos de sermos colônias. Antes, de exploração, hoje, de férias. Temos aqui, hoje e agora, a real chance de criar um novo mundo, um mundo curado desse vírus do consumismo, um mundo que dá chance igual para todos sentirem o gosto de serem livres e não dependentes do sinal 3G de nossos celulares, iPhones e iPads. Uma chance de escrever uma nova história, mostrar que temos muito mais do que bananas, maconha e alguns coqueiros para oferecer. Deus já abençoou esse pedaço com pouquíssimas catástrofes naturais e me recuso a pensar que isso seja coincidência. Vivemos em eterna luta, sim: luta de ideologias e maneiras de governar, mas tenho comigo a certeza que esse é o caminho do sucesso. A divergência gera opinião, que gera discurso, que gera ações, que voltam a gerar divergência. Quem um dia pensou que a Bolívia seria governada por um descendente indígena ou que as mulheres assumiriam dois dos maiores poderes das terras banhadas pelo Rio da Prata? Se eles mais acertam do que erram ou vice-versa, cabe a nós enxergar. Eles dizem que não gostamos da democracia. Não. Não gostamos da democracia que nos oferecem, enlatada e enviada em containers onde "quien tiene mas plata tiene dos votos".</div><div><br /></div><div>Até quando gostaremos de ser os rabiscos daqueles do Norte? E mais: desde quando o rabisco veio antes da arte final? Vamos gostar de ser eternamente cópias infelizes e mal geradas daqueles que um dia nos prometeram um mundo melhor? Não, não. A verdade é que estamos aqui para mostrar que podemos sorrir sem os dentes manchados de petróleo. Que delícia poder viver sem precisar necessariamente "passar 2 ou 3 meses na Paris, EUA ou o caralho A4" para ser mais feliz. Só nos falta uma vontade de nos conhecermos melhor, oportunidade para ler sobre a história latino-americana e coragem para pegar a mochila e entender que a Venezuela é logo ali.</div><div><br /></div><div>É, sempre gostei mais do doce de leite uruguaio do que o matinal bacon com ovos.</div><div><br /></div><div><b>Guilherme Vilaggio Del Russo</b></div>um inquieto.http://www.blogger.com/profile/03561836718913928298noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1970076531116339352.post-5532411436258746202011-08-03T22:58:00.015-03:002011-08-03T23:56:21.663-03:00um mundo nota 7.Acendo o cigarro e olho para fora. O vento sopra forte, somente o silêncio me acompanha, a natureza parece abrir uma brecha para a conversa fiada. Talvez Deus esteja ouvindo, talvez esse seja um bom momento.<div><br /></div><div>Que mundo estranho. As notícias pela manhã me dão conta disso. Perdão, as notícias que saem, já que tem algumas que ficam presas na rede pegajosa da censura, tão emoldura no século passado, tão em cores vivas nos dias atuais. Assassinos em escolas, ladrões em gabinetes públicos, palhaços no senado. Lugares e pessoas que não combinam, pólos negativos que por algum motivo infame da natureza, se atraem. Pessoas que não tem a doença crônica que me afeta pelas noites, de nome: respeito pelo próximo. Ligo a TV e lá está o cara do Porsche a 150 kilômetros, o sensacionalismo dos jornalistas brasileiros, um mundo de eterna guerra no oriente médio e eterna oscilação na bolsa. 9 horas e estou atrasado para o trabalho. É, é um mundo de merda mesmo.</div><div><br /></div><div>Mas, como disse Eduardo Galeano, este mundo está grávido de outro. Um mundo de parto difícil. Um mundo criado e fecundado por nós, jovens que continuamos acreditando em uma realidade utópica, impossível de alcançar mas que serve de solado para amaciar a caminhada para a frente. Quero que meus filhos não tenham a possibilidade de imaginar um mundo melhor. Quero que eles já estejam nele. Que peguem esses travesseiros cheios de sonhos e realizem pela manhã e que em seus peitos arda uma vontade louca de amar. Não esse amor de confeitaria que vemos por aí, que de tão doce e sofisticado, perde o gosto. Um amor mais bolo de fubá, quente, macio. Quando nasce esse mundo, meu Deus?Você deve estar cego, mas não se faça de surdo.</div><div><br /></div><div><br /></div><div>Este mundo atual, dominado pelos senhores da democracia norte americana que ainda nos vêem como colônia de exploração, está cinza por que está no fim. Está frio porque ainda não há quem o esquente. Está estranho porque há mesmice, está desumano porque ainda não vendem esperança em sites de compra coletiva. Por enquanto. Meus dias são dias esperando e ajudando a construir um mundo menos nota 7.<br /><br /><b>Guilherme Vilaggio Del Russo</b></div>um inquieto.http://www.blogger.com/profile/03561836718913928298noreply@blogger.com7tag:blogger.com,1999:blog-1970076531116339352.post-28368141357245952982011-07-08T14:14:00.013-03:002011-07-08T15:26:41.564-03:00Lista de presentes (meus 23 anos)para a vida, vitória<br />para a escola, saudades<br />para os amigos, o amanhã<br />para ex(s) namorada(s), obrigado<br />para o trabalho, suor<br />para os otimistas, palmas<br />para quem acredita, palmas em dobro<br />para os tristes, amor<br />para mim, parabéns<br />para vocês, também<br />para meus joelhos, outros 23 anos<br />para os sonhos, persistência<br />para mamãe, "além do que se vê"<br />para el viejo, "um par"<br />pra irmã de peito, apoio.<br />para o sorriso, replay<br />para morte, um abraço.<br /><br /><span style="font-weight: bold;">Guilherme Vilaggio</span> <span style="font-weight: bold;">Del Russo</span>um inquieto.http://www.blogger.com/profile/03561836718913928298noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-1970076531116339352.post-61962617841987270152011-06-11T02:20:00.018-03:002011-06-11T11:53:37.099-03:00Carta que não fará sentido amanhã de manhã.Ei,<div><br /></div><div>se está lendo esta carta, é que por um segundo tomei coragem para escrevê-la. A verdade é que 02:21 da manhã e estou aqui me perguntando o que você está fazendo agora. Já fazem alguns anos que me pergunto isso e nessas horas me sinto em ponto morto, caminhando por...caminhar. Nunca fui bom em falar, eu prefiro escrever, você sabe, mas hoje tá complicado. Mas te escrevo pra dizer que conheci uma pessoa. Uma só. É, faz um tempo, mas eu acho que eu não te contei sobre isso. Eu juro que foi acidente.</div><div><br /></div><div>Ela é linda. Tem olhos que brilham no escuro e mais um monte de qualidades que eu pensei que só poderia encontrar no filmes de comédia romântica. Eu não estava bem preparado pra ela. Ok, pra dizer a verdade eu não queria estar preparado pra ela. Mas ela foi falando e argumentando e falando mais e foi fazendo sentido pra mim. Eu disse: quer arriscar? Óbvio, falando comigo mesmo. Foi como se eu entrasse em pane dentro de um bi-motor que vai em direção ao solo. Um centímetro mais perto do chão, um centrímetro a mais no meu sorriso. Quando vi, me peguei pensando que talvez fosse ela.</div><div><br /></div><div>Ah, ela não é tão alta quanto as modelos. Mas tem pele moreninha jambo e cheiro de talco. Passou a ser minha dose diária de pipoca doce, mas do tipo que não enjoa na terceira vez. E beijava bem, parece que nossas bocas foram modeladas pro encaixe milimétrico.</div><div><br />Essa menina é você. Essa é a boa notícia. Logo eu, sim, eu sei. O menino de "arroiz" no email porque estava em todas. As pessoas mudam, eu tenho esse direito também.<br /><br />A má notícia fica por conta da presente hora, exatos 02:39. Sim, em 15 minutos fiz o texto e não vou revisâ-lo. Deixa aí. Mas eu falava outra coisa. Eu não tenho a menor idéia de como te trazer de volta. O mundo é grande, inclusive a zona sul onde você deve estar agora com amigos e um possível namorado. Não sei por onde começar a te procurar. Tô com medo de ter piscado demais e ter te perdido. Bem naquela noite onde parecia que a gente tinha acabado de ensaiar uma cena. A gente conhecia a fala do outro de cor e fazia planos de ver mais seriados juntos. Talvez eu não tenha sido convincente ou tenha sido eu demais. É, talvez eu não valho muita coisa.<br /><br />Guarde sua fé para outra pessoa. Para o amor, é isso. Esse ou um outro que você venha ou esteja vivendo. Ah, admiro tua paixão por all-star. O problema é que gosta daqueles brancos, sujam fácil, você sabe disso.<br /><br />Aparece. Me liga, manda uma mensagem, manda um "ei" na minha timeline. Sinto tua falta, ás 03 da manhã.<br /><br />De um distante teu,<br /><br /><b>Guilherme Vilaggio Del Russo</b><br /><br /><br /></div>um inquieto.http://www.blogger.com/profile/03561836718913928298noreply@blogger.com13tag:blogger.com,1999:blog-1970076531116339352.post-43778204054548389192011-05-19T22:31:00.005-03:002011-05-19T23:16:48.483-03:00O que eu vou ser quando crescer"O que você quer ser quando crescer?", diz esse título. Hmm, eu de verdade, não sei. Talvez se me dessem mais tempo, se eu fosse um pouco mais velho. Quando eu deixar de gostar dos meus seriados, eu penso nisso. Vou seguir colorindo a vida mesmo. E se vier uma nota baixa por isso, saiba que eu nem ligo! Escondo debaixo dos meus cadernos cheios de textos. AH! Talvez eu queira ser poeta, daqueles que vão aos eventos em bibliotecas que cheiram mofo e que ficam para a posteridade, depois de terem sido esquecidos em vida. Poeta daqueles que vivem à margem da sociedade. E da realidade também. Talvez você não tenha tempo de ler. Eu te entendo perfeitamente, também não tenho tempo para matemática. Poeta que luta de caneta, que grita com exclamação. Sabe, ser poeta? Categoria única elevada à herói. Ou a mendigo. Eu gosto de escrever. De escrever sobre mendigos também. Eu não sei o que eu quero. Por isso mesmo, sou ser poeta."<div><br /></div><div>Professor, por favor, deixa eu começar novamente. Tenho medo de que tudo que eu escrevi seja verdade.<br /><br /><b>Guilherme Vilaggio Del Russo.</b><br /></div>um inquieto.http://www.blogger.com/profile/03561836718913928298noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-1970076531116339352.post-14074437406137310432011-04-24T21:12:00.006-03:002013-10-14T01:34:56.154-03:00Mãe, hoje eu vi uma procissãomãe, hoje eu vi uma procissão<br />
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que eu tinha ouvido falar</div>
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e ela falava de um homem</div>
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do qual reluto em conversar</div>
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mãe, hoje eu vi uma procissão</div>
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e me senti um pouco estranho</div>
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porque falava de um cara e um rebanho</div>
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e dos 3 dias que demorou pra acordar</div>
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mãe, hoje eu vi uma procissão</div>
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de um rapaz que só quis agradar</div>
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que devia ter orgulho dessa multidão e da fé</div>
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das pessoas que só vivem a esperar.</div>
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<br /></div>
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mãe, hoje eu vi uma procissão</div>
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e tranquilo, não estou mais ou menos convencido</div>
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só percebi como é bonito</div>
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a beleza de só acreditar, </div>
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de só acreditar.</div>
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<b>Guilherme Vilaggio Del Russo</b></div>
um inquieto.http://www.blogger.com/profile/03561836718913928298noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-1970076531116339352.post-62156313822826348602011-04-18T21:34:00.007-03:002011-04-18T22:36:54.076-03:00sobre o nosso último romance.que saudades que eu tenho daqueles dias. dias que a gente inventou uma paixão, que a gente fechou os olhos pro futuro e quis viver só o nosso cinema cult. dias que foram poucos dias, suficientes entretanto para deixar uma ácida marca de saudades dos seus pés pequenos. demorei tanto para ter a claridade dos teus olhos por perto que quando tive, não soube valorizar. fui orgulhoso e deixei reticências nessa nossa conversa antiga. talvez seja isso o que mais me dói. a história daquele filme parecia prever um futuro breve e a tua música eu já tirei da playlist (ela insiste em tocar nas rádios, fique tranquila). era um frio de Junho, parecido com esse vazio que você deixou na minha cabeça. você não lê muito as coisas por aqui, por isso resolvi entregar que fui muito longe por você. até criar um texto sem respeitar as maiúsculas eu criei. penso em dizer tanta coisa que reuni nesse tempo todo que eu torço pra esquecer ao passar dos anos. não sei dizer se tudo isso foi um adeus. é que a gente nem tchau se deu. e isso machuca.<div><br /></div><div><b>Guilherme Vilaggio Del Russo.</b></div>um inquieto.http://www.blogger.com/profile/03561836718913928298noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-1970076531116339352.post-91284209963445188012011-03-19T23:45:00.004-03:002011-03-20T00:16:53.793-03:00tropeçosse bem nesse dia fosse visto<div>aquele pôr do sol perfeito</div><div>e tivéssemos investido nisso</div><div>só a amizade não teria efeito</div><div><br /></div><div>se o barco tivesse virado</div><div>e seu corpo estivesse no rio</div><div>torceria para não estar acordado</div><div>e a verdade passado por 1 fio</div><div><br /></div><div>você sabe que não tem jeito</div><div>de dar certo, de acabar bem</div><div>e se seu pedido tivesse sido aceito</div><div>teria ferido nosso outro alguém</div><div><br /></div><div>não queira sofrer assim</div><div>mas do que um dia imaginou</div><div>até porque está longe de ter fim</div><div>aquele caso que a gente começou.</div><div><br /></div><div><b><br /></b></div><div><b>Guilherme Vilaggio Del Russo</b></div><div><br /></div>um inquieto.http://www.blogger.com/profile/03561836718913928298noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-1970076531116339352.post-31669953968830293542011-03-01T15:18:00.006-03:002011-03-01T16:50:03.622-03:00um breve comentário sobre nósEngraçado, a palavra escritor não tem muito significado se olharmos no dicionário. A explicação, o porque de existir e o potencial depende daquele que se considera um. Cheguei em uma conclusão bem passível de erro: escritor é o aquele que se finge de autor só para ser comercial. Às vezes por dinheiro e outras vezes..também. Que pena. Deveria tratar-se do cara a espalhar gentileza no ventilador, destilar veneno em rimas pobres e ainda por cima achar bonito. De única função ser o responsável em transformar tempo em palavras, de encantar com tristeza e te conquistar com adjetivos. O escritor é um pouco de todos nós e muita coisa de mim mesmo. Um cara jurado de morte pela interatividade, mas que de tão teimoso, fez disso poesia. Pessoa esta que espera sua vez desde os tempos mais antigos. Ele pode não ter cara, não tem fama, mas que assina. Um cheque em branco, sem valor definido a não ser pelo que tenta fazer de melhor: escrever.<br /><br /><span style="font-weight: bold;">Guilherme Vilaggio Del Russo</span>um inquieto.http://www.blogger.com/profile/03561836718913928298noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-1970076531116339352.post-75636717403814672072011-02-06T23:16:00.002-02:002011-02-06T23:20:23.577-02:00Crônicas de um tempo não tão distante<div>De longe, bem do alto, sentado em seu trono ele vê que as paredes começam a desmoronar. Seu castelo está sendo tomado por todos os lados e nos rostos de seus vassalos, percebe que a esperança encontra-se há kilômetros. Rezar agora não é uma opção, nunca foi. Não são só as paredes que começam a cair, mas suas promessas também. As pessoas não confiam mais em seu rei. As épocas de crescimento vertiginoso e de ressaca moral ficaram somente nos livros e ontem, quem era amigo, hoje quer sua cabeça exposta em praça pública. Suas palavras que antes soavam como lei, hoje não passam de zombação. Ele tinha uma imagem a zelar e parece que esse porteiro não vai aguentar muito mais.</div><div><br /></div><div>O rei está atônito e não sabe por onde começar. Nem se vai começar. Sua presença antes, tão adorada, em minutos se tornaria só mais um corpo estendido pelos corredores. O mundo costumava ser bom e decente para aqueles que tinham como principais armas a verdade e a honestidade. Onde será que ele se perdeu? Qual lição ele não havia aprendido nos campos de batalha que um dia foram seus? Ontem ele era unanimidade hoje era decepção.</div><div><br /></div><div>Os sinos da derrota começaram a tocar. Assim como nas vitórias, o rei também decide ficar e aceitar a derrota como homem. Vê na corda pendurada uma chance de morrer. Como covarde. Nunca foi desses. Ele nada se arrepende das coisas que fez. Ele só se arrepende de não ter vestido a máscara da alegria por mais tempo e de ter tentado agradar a todos. O rei morre sozinho, em sua cadeira, "de longe, bem do alto", imerso em pensamentos e acreditando que morrer apoiado em crenças era deixar a sua marca no mundo.</div><div><br /></div><div><b>Guilherme Vilaggio Del Russo</b></div>um inquieto.http://www.blogger.com/profile/03561836718913928298noreply@blogger.com1