terça-feira, 6 de outubro de 2009

Protesto

Sinto uma crônica falta de ar. Uma dose inútil de banho gelado pra quem, de tão cansado, se revira ao lado da insônia. Quero um tempo para fazer fazer coisas sem valor algum. Só brevivo. Para escurecer lá fora é um pulo. Migalho alguns minutos para sorrir, só por osmose. Por esses caminhos tortos, busco os sonhos que não tem tanta afinidade com estas manhãs de cinza claro que não serão assunto para meus filhos. Não ando fazendo ações sociais, mas transpiro boa vontade como de costume. Um eterno doador de si mesmo que não sabe a hora de parar. E de respirar. Essa mania estúpida de querer o perfeccionismo, que me faz perder o bom humor.

Já não sei mais o caminho da faculdade. É nessas horas que, pensar que ninguém é insubstituível, dói mais. Dói também saber que o ser humano só reconhece defeitos e é míope para acertos. Onde estão meus amigos? Onde está aquele violão? Cadê meu papel e caneta que sempre tão bem me fizeram? Devo tê-los perdido, nestas tardes que eu não consigo ver. E viver.

Guilherme Vilaggio Del Russo

Um comentário:

Anônimo disse...

Não sei exatamente como tropecei aqui, mas, de qualquer forma simplesmente adorei a forma como planta as palavras.

Parabéns e um beijo!!!