domingo, 24 de abril de 2011

Mãe, hoje eu vi uma procissão

mãe, hoje eu vi uma procissão
que eu tinha ouvido falar
e ela falava de um homem
do qual reluto em conversar

mãe, hoje eu vi uma procissão
e me senti um pouco estranho
porque falava de um cara e um rebanho
e dos 3 dias que demorou pra acordar

mãe, hoje eu vi uma procissão
de um rapaz que só quis agradar
que devia ter orgulho dessa multidão e da fé
das pessoas que só vivem a esperar.

mãe, hoje eu vi uma procissão
e tranquilo, não estou mais ou menos convencido
só percebi como é bonito
a beleza de só acreditar,
de só acreditar.

Guilherme Vilaggio Del Russo

segunda-feira, 18 de abril de 2011

sobre o nosso último romance.

que saudades que eu tenho daqueles dias. dias que a gente inventou uma paixão, que a gente fechou os olhos pro futuro e quis viver só o nosso cinema cult. dias que foram poucos dias, suficientes entretanto para deixar uma ácida marca de saudades dos seus pés pequenos. demorei tanto para ter a claridade dos teus olhos por perto que quando tive, não soube valorizar. fui orgulhoso e deixei reticências nessa nossa conversa antiga. talvez seja isso o que mais me dói. a história daquele filme parecia prever um futuro breve e a tua música eu já tirei da playlist (ela insiste em tocar nas rádios, fique tranquila). era um frio de Junho, parecido com esse vazio que você deixou na minha cabeça. você não lê muito as coisas por aqui, por isso resolvi entregar que fui muito longe por você. até criar um texto sem respeitar as maiúsculas eu criei. penso em dizer tanta coisa que reuni nesse tempo todo que eu torço pra esquecer ao passar dos anos. não sei dizer se tudo isso foi um adeus. é que a gente nem tchau se deu. e isso machuca.

Guilherme Vilaggio Del Russo.