sábado, 28 de fevereiro de 2009

De Bandeja

e essa hora a poesia é engraçada
porque fica linda se feita com tristeza
parece que perde a beleza
dependendo do porquê de ser usada

onde está aquela estrela?
que eu escolhi pra me seguir
ter dor de tanto, juntos, rir
cadê ela? cadê ela?

quando você é uma piscina de vontade
quando você quer e não sabe o que vai dar
o momento dela, só posso respeitar
vou embora pra sentir saudade

vou continuar seguindo o caminho
do que acredito ser a verdade
e aquela nossa sinceridade
vou usar desta vez, sozinho.

tô te olhando de longe
tô querendo que você vença
pra nunca perder essa crença
que meu gostar não é pouco, é de monte

e dessa nossa caminhada
sobraram pedaços de você em casa, em tudo
mostrando que talvez só seja o futuro...
"não há de ser nada, não há de ser nada"

Guilherme Vilaggio Del Russo

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Sobre o viver

14 de fevereiro, São Paulo, dos bares da Paulista para o Alto da Vila das Mercês.

Caro Amigo,

cá estou eu no bar fazendo um brinde a todos vocês, amigos. Sozinho, mas estou feliz. Sei bem que a tendência é que a vida cada vez nos dê menos brechas para compartilhar momentos juntos. Tudo bem, nosso passado já diz muito, se não diz o suficiente sobre essa cumplicidade. É por essas e muitas outras que vão de vir, que digo que achei sua ligação meio estúpida ontem a noite.

Você veio com aquele papo de que não tem sorte, que nada dá certo, de que a vida não tem mais sentido e blablabla. Algo como um aviso prévio de alguém já derrotado. Que grande bobagem! E desde quando a vida teve sentido? Ela realmente não tem sentido algum. E muito provavelmente, deva ser esta, a sua maior qualidade. Ela é de mão única, placa sem sentido e sem retorno, a ligação mais concreta com o agora. Se você não fizer valer a pena, quem vai? Ela é para uns poucos que se atrevem a simplesmente não entendê-la. Você deu risada quando disse a você que o viver é como um estranho que pede a sua mão para caminhar juntos. Cabe a você escolher o destino.

Sei que nestes momentos de angústia, este viver lhe parece só mais um verbo de 2ª pessoa, nesse seu infinitivo irregular. Então lhe dê sentido sendo o contexto. Meu amigo, não sei se é este meu signo ascendente em Leão ou umas geladas a mais que vos digo que o mundo ainda é, apesar de tudo e todos, dos otimistas. Encare com naturalidade o que de mais estranho acontecer. Entendo o seu dia de tristeza mas que ele não seja o amanhã. No mais, espero que sua próxima ligação seja para me avisar que você está vindo para me acompanhar e impedir que eu continue profetizando e poetizando a vida em alguns parágrafos. Hora de pensar que a vida é muito mais do que chorar (e beber) por ela e sim sorrir por ser, o hoje.

De seu amigo hoje, amanhã e depois,
Guilherme Vilaggio Del Russo

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

O Pinheiro do meu quintal

Então, num lampejo de criatividade, olhando pela janela de casa, percebi o quanto queria ser o pinheirinho do meu quintal. O pinheirinho, e não qualquer pinheirinho. Talvez eu fosse o mais resistente. Impressionante como eles precisam simplesmente da caótica chuva para viver. Ou seja, fazendo da dificuldade, um estilo de vida. Pinheiros não devem ter muitas aspirações. Muito menos uma vida agitada. Estão num eterno estado vegetativo de ser. Mas, o que é a minha segunda-à-sexta pelas manhãs senão exatamente isso? Uma mesmice de trajetos e lugares que eu não queria conhecer de cor. Não importa! Se eu pudesse ser alguém hoje, seria um pinheiro. Discreto, simples mais importante. Não deixaria me abater com qualquer vento que tentasse me derrubar.

Pacato, de um verde radiante. Seria o melhor dos pinheiros. Ah, e como seria feliz! É a típica felicidade barata da qual pouco se vê hoje. Uma pequena dose de gás carbônico, uma terra molhada e o sol na cara. Pronto, sou um pinheiro saudável. É reconfortante saber que existem pinheiros. Eles não ajem, só esperam acontecer. Mais um ponto em comum entre nós. Na verdade, não importa também! Se eu pudesse ser alguém hoje, seria um pinheiro. O melhor deles.

Seja um pinheiro. Ou seja o que você quiser, mas seja. Dê a si mesmo cinco minutos para mergulhar num infinitivo de possibilidades. E verá que é muito mais fácil transformar sua quinta-feira cinza num tom um pouco mais assim, digamos, esverdeado.


Guilherme Vilaggio Del Russo

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Faça tudo à caneta.

A vida não dá mais do que dois caminhos a serem escolhidos. Não há espaço para indefinição nos dias de hoje. Oportunidades, pessoas e momentos que só acontecem uma vez. Cabe a nós optarmos com sinceridade. Acho egoísmo estar no meio do caminho e não trilhá-lo até o fim. Você interefe e fere o sentimento (e futuro) de muitos. Se quer algo e quer de verdade, esforce-se para ter e assuma responsabilidades. Odeio pessoas na minha vida que optaram por ser um "sei-lá", coadjuvantes de si mesmas. Que vão pelo caminho mais fácil e não tem nem a curiosidade de conhecer o outro, aqueles que optam pelo lápis à caneta. Não existe o errado. O que existe é a possibilidade de ver diferente, um outro ponto de vista. Quem tira proveito disso, tira proveito da vida.

Fortes são os que repetem seus princípios do início ao fim. Veja bem, princípios e não opiniões. Respeite sua personalidade.É preciso ser homem pra se definir. E definir prioridade e arcar avalanches de consequências. É aquela velha e conhecida dúvida do Agora ou do Pra Sempre. Que você escolha agora o que vai ser (e viver), pra sempre.

Guilherme Vilaggio Del Russo