sábado, 25 de outubro de 2008

Só você.

Não sei dizer se você é minha. Muito menos se um dia você foi minha.Só sinto em ser e sentir isso. Que é novo e forte, que é 8 ou 80,que é a alegria pela manhã, o sorriso do telefone, e a incerteza de amanhã.Confesso que as noites, me pego ensaiando o que vou dizer pela manhã. Se eu for dizer, eu digo.Da mesma maneira que quero agarrar o telefone e falar com você durante horas, me seguro e me faço acreditar que isso é impossível. Talvez você nem queira. E eu não deva. O amor é assim mesmo. A gente sente, mas finge.

Obviamente, se a minha força de vontade de estar contigo fosse igual a tua, não seríamos um par. Na verdade, ímpar é esse seu jeito de me cativar e de transmitir uma esperança de dias bons, dias de amor, enfim, dias da reconquista de quem já está com você por um tempo. Só isso que eu queria. Você, sozinha, acompanhadade um copo de martini bem gelado, só pra sair da rotina. Não pelo martini, mas por você, estar sozinha.
Eu amo o presente. E tenho medo do futuro.

Guilherme Vilaggio Del Russo

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Contraste

Se existe um mal crônico no mundo, esse mal com certeza é esperar dos outros, alguma coisa. Aguardar palavras, gestos e ações que nós consideramos sensatas das bocas e mãos que não são nossas. Exigir quando não se faz. Ser contrastante. O que é mais fácil? Admitir ou argumentar? Obviamente, é mais fácil apontar erros e defeitos alheios do que simplesmente atentar a si mesmo. É cobrar dinheiro quando se deve. Irônico demais.

Esse é o momento bom de ser um pouco mais egoísta e parar para refletir sobre suas ações. Repito: suas ações. O que você efetivamente faz de bom para e com o mundo, e com todo mundo? Você cobra liberdade quando na verdade se acorrenta ao passado? Busca felicidade ao custo da infelicidade do outro? Poder rir em ver o outro chorar. Não existe como ser do bem quando nossas ações não caminham ao lado das nossas palavras. É como cortar uma tira de torta e buscar no pedaço da ponta, mais recheio. Improvável, quase impossível. O grande problema do ser humano é esse. Nossas palavras e nossas ações são, quase sempre, antônimos.

Guilherme Vilaggio Del Russo

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

O Fio e o Fim da Vida

Mais um dia. Amém.

15 pras 7. 7 e 15. Sono atrasado. Sono. Atrasado. Leite quente, chão frio. Ponto ônibus, ponto de partida. Partiu, freiou, bocejo, a mãe e o filho. A poesia desapercebida. A mesa e as fotos. Pausa dramática: lembranças. Email. Mais um e outro. Feijão. Escolha, rua, telefone, 15 pras 2. 2 e 15. Sono. Problema 1, 2 e 3, paciência, 0. 6 e pouco. 6 e muito. Ônibus. Atrasado. Ônibus atrasado. Blusa quente, noite gelada. Ponto de chegada, faculdade, PDV. Partiu, freiou, o grito, a mãe o filho, "Ah puta que pariu!". Que se dane a poesia! A casa e as fotos. Pausa pseudo-dramática: lembranças, telefone. Mensagem e outra. Hambúrger e a indigestão. Escolha, cama e coberta. Preocupação 1, 2 e 3. Paciência? 15 pra meia noite. Meia noite num dia inteiro.

Menos um dia. Amém.

Guilherme Vilaggio Del Russo

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Azul da cor do...

Quando eu já buscava o caminho usual e prático da bebida, lhe encontrei. No canto mais afastado, distante, eu, indiferente, encontro você, diferente. Em um lugar de equivalentes, te encontrei um degrau acima. Logo vi teu sorriso que teve como resultado esperado, a companhia do meu. Não foi necessário muito tempo para obrigar a vida a entender que dois pólos iguais não necessariamente se repelem.

Ao som daquela música que não me agrada, lhe encontrei. Palavras faltaram. Já não posso dizer o mesmo de beijos. Você, uma mistura do branco e do azul, que surgiu sem querer e agora é justamente o meu querer-de-todo-dia. Você se foi mas deixou marcas. Minha roupa ainda tem o cheiro do teu perfume de "mais uma vez". Ganhamos um inimigo, o tempo.

Mas tá tudo bem, tá tudo "azul", azul da cor do.... seus olhos. Então vem, vem sem medo, vem ensinar e aprender aquela lição que a gente não se cansa de esquecer: nós nunca estamos preparados para aquilo que sempre aguardamos.


Guilherme Vilaggio Del Russo