quarta-feira, 20 de novembro de 2013

a montanha de neve branca

cá estamos de novo. um mesmo sentimento com outra forma. Branca, simples, fácil de se encaixar neste hoje. um brinde de sol e um sorriso bonito, é exatamente isso que você significa pra mim. Sei que andas tentando me fazer não te esquecer e esse texto é a mostra pura de que você está indo muito bem.

você fala e eu confirmo, você dorme eu olho, você se exibe eu acato, você me acorda eu enrolo e isso tem virado uma bola de neve bem divertida, rolando montanha abaixo naturalmente, com ajuda da força da gravidade e uma boa dose de vodka, como a vida pede, você sabe.

eu já estive aqui, meu bem. Agora, olhando aqui de cima, vi que na maioria das vezes, foi sem querer. O ar fica rarefeito nessas horas e tenho usado isso como desculpa pra pensar sem a clareza necessária. A sensação que tenho agora não é de vitória pela chegada, mas curiosidade por aquilo que ainda há de vir. É claro que a gente se machuca e promete nunca mais voltar a trilhar sem antes ter pensado no preparo necessário. Mas ao longo do tempo, aprendi que o legal não é chegar logo, nem estar pronto, mas é curtir o caminho com calma. Que tempo é oxigênio para continuar e continuar e continuar.

vou te deixar ali, no canto direito, pra ver se isso me traz o equilíbrio que se pede em uma caminhada. Afinal, e se isso fosse feito a dois?

Guilherme Vilaggio Del Russo

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

o lápis da vida

faz algum tempo que tenho andado por aqui. Sem desejar muito. Sem esperar tanto. Muitos círculos, pouca velocidade. Apareço em poucas histórias e pouco tenho feito para construir as minhas. Parado no meu trânsito imaginário. Me esforço em comprar livros que não leio. E me esforço ainda mais para buscar razões para isso. Não tem sido fácil. Acho que faz parte da natureza humana o boicote a si mesmo. Até porque, o que pode ser pior que o sentimento de fracasso ao final? Talvez a incerteza do começo, vai saber. E assim, meio que na banguela, eu opto pela auto piedade. E pela rotina.

o dia em que as coisas vão pelos ares está ali, me esperando. A coincidência fica pelo fato de eu também estar esperando por ele. Inimaginável não pensar nesse encontro. Tenho tantas ideias, tantas vontades. E também preguiça. Não são poucas as vezes que vejo um apontador em cima da minha mesa. Só me falta a coragem para recomeçar a escrever.

Guilherme Vilaggio Del Russo

quinta-feira, 13 de junho de 2013

verdade

Ser docente e ser decente
Quando se está só
É nao cuspir na vida
Mas te cobrar sem dó
Inamorável, seja talvez
Olhando da pedra mais alta
Aquilo que se pensa ser
Quando te escondes pra ver
O que te faz falta

Guilherme Vilaggio Del Russo

sábado, 25 de maio de 2013

minha vida longe (perto) de você

No despertador do iPhone, toca Lulu Santos. É hora de acordar. Acordo e tomo meu café com Nescau, com o pão de manteiga mergulhado até o fundo. 2 colheres sem açúcar, afinal já vem adoçado, como você pregava. Vou para o banho e esqueço a toalha. Mais uma vez. De novo. Estranho não ouvir nenhuma reclamação no instante posterior ao grito de ajuda. Me troco, a roupa está amarrotada. Desculpe, guardei assim mesmo, eu confesso. Amanhã vai ser diferente. Vou pro trabalho. Não, espera, deixei os copos sujos na pia. Ok, "Vai juntar formiga e blablabla..". Eu sei de cor, não te preocupa.

Trabalho. Horas sentado esperando aquele feijão bem temperado que você me ensinou a fazer. Não, espera....esqueci. Esqueci ele na geladeira. Bem que você me falou. Não 1 ou 2 dias. 24 anos. Não importa, vou comer miojo mesmo, você ficaria preocupada mas sabe que eu faria isso. Eu sei que "só faz mal, que só tem sódio..." mas o que são 24% de sódio (em uma dieta calculada em cima de 2.000 kcal, informação sempre tão fundamental) perto da fome?

Academia. No espelho, um recado que diz "Anabolizantes podem causar a morte". É. Uma senhora de 50 anos me dizia a mesma coisa, quase um mantra, uma insistência diária pra que eu trocasse o peso pelo cobertor de casa. "Como será que ela está agora?, me pergunto". Pego o carro, no rádio "Apenas mais uma de amor". Só pode ser perseguição, pra me lembrar de cumprir os 60km por hora. Que chata. Que saudade. Chego em casa e não é estranho encontrar aquela baderna. O que você diria disso hein? Até ontem era "a forma de me encontrar na minhas coisas", hoje, fere meus olhos. A vassoura é minha melhor amiga depois das 22 hrs. E lá vamos nós de novo.

Deito na cama devidamente arrumada apesar do meu argumento que você esculachava de que "eu vou bagunçar tudo de novo mesmo". Mas antes, ali pendurado, meu violão me convida pra uma musiquinha. Acho que dá tempo de uma. Desta vez no meu violão, já que você tinha ciúmes do teu e jamais me emprestava. E começa, algo como "Eu não consigo me convencer, que essa vida não foi injusta, tanta falta me faz você, queria ver você lá em casa...Oh mãe, o amor que eu tenho por você, é teu..". É, acho que ela ia gostar se eu cantasse isso pra ela.

Viu só, mãe? A distância é ilustrativa, você continua comigo o tempo todo.

Guilherme Vilaggio Del Russo


segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Consertar você

Já reli nossa conversa uma porção de vezes. Em cada uma delas, uma percepção. Não tem sido fácil não ser óbvio. Maldita coerência sentimental que me leva a pensar em cada gesto, atitude, cada palavra. Se você parar e pensar, é completamente irracional mas acredito que é justamente daí que nascem os sentimentos genuínos.

Não sou um dejavu. Somos uma oportunidade esperando pra ser regada e adubada. Sabemos que a vida é feita de escolhas mas hoje eu só quero saber o que você quer pro jantar, se prefere vinho branco ou rosé. É simples. Hoje eu vim pra fazer você resgatar antigas crenças.

Você me conhece pouco, mas, se deixar, verá que tenho predisposição a encontrar gente do bem no caminho. Gente que agregue, que soma, a diferença numa noitada de vestidinhos iguais e iguais e iguais... Essa pessoa ê você e essa é a boa notícia. Isso não pode ser coincidência.

A má é que eu não faço a menor idéia de como fazer você acreditar mais. De parecer um cachorro pedindo mais meia dúzia de palavras e afagos. Você talve ria desse texto, mas achei ser a escolha certa num momento onde elas são necessárias. Uma delas foi te por aqui. Guardar você e esse sentimento bom aqui pra sempre.

Agora, eu preciso de você. Não sei o que está acontecendo nem se está acontecendo algo entre nós. Nem um bom motivo pra te fazer gastar um pouco da sua fé em mim. Mas, if i never try, "i'll never know". Certo?

É isso. Branco ou Rosé?

Guilherme Vilaggio Del Russo