É como se existisse um abismo separando essas dois substantivos. É como comparar sonho e atitude. Palavras estas que se diferem nos tempos verbais da vida de qualquer ser humano. Quantos não se rezam para que uma não seja subjetiva demais e outra só existe justamente por ser isso. A fé é nada mais do que o apelo final. É o estágio seguinte para quem perdeu a esperança e seus objetos: em Deus, em si mesmo, nos outros.
Muitos tem esperança e poucos tem fé. Fé, mais do que palavras, é ver diferente. Sentir e saber distinguir o que é necessário passar nessa vida única. Não é torcer por dias melhores. É saber lidar com os mesmos. Esperança, antes de tudo, é um sentimento de angústia de insatisfeitos. E, não me entendam mal, isso não é ruim. Quem não se contenta, muda o mundo. É só diferente. Eles querem mudanças. E se forem drásticas, melhor ainda.
Mas não é assim com a fé. Fé não é algo momentâneo, se conquista depois de esperanças perdidas. Entende-se e ponto final. Como disse anteriormente, é um degrau acima da esperança. E por ser tão mágico, é capaz de milagres. Mas também pode-se tombar. Quantos não vemos perdidos em uma fé cega nessas "igrejas de quartinho". Na minha terra chamamos de desespero.
São duas formas de encarar o mundo. É preciso saber escolher o momento certo de viver cada um. Saber que cada um tem o preço, seu prazo e sua recompensa. Mas mais importante que isso, é preciso saber distingui-los.
Pelo menos, foi o que deu na rádio.
Guilherme Vilaggio Del Russo.