quarta-feira, 14 de julho de 2010

Ímpar (A dor do Mário).

Não há dor que doa mais
do que a dor de ser ímpar
de não se ter destinatário
e coração que não se limpa

Não há dor que doa mais
do que a dor de ser ímpar
de ter que rir de si mesmo
porque a vida não se anima

da rua calada que me mima,
vestígios de uma noite longa
que eu ainda vou lembrar

porque, não me acostumo a aceitar:
Não há dor que doa mais
do que a dor de ser ímpar


Guilherme Vilaggio Del Russo
texto para Mário Benedetti, autor de "Triste o Buena".

Um comentário:

Anônimo disse...

perfeito!