segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Em Concordância com Dom Chico Chicote

Acuso esta cidade de ter esquecido seu bom jeito e sua boa índole. Seu repertório de pessoas anda grande em número e pequeno em profundidade. Pessoas rasas! Acuso a mesma de simplesmente não ser a mesma. A paixão foi trocada pelo cimento. Tornou as pessoas duras. Já não ouço os sons de passáros e eu, sempre tão falante, hoje estou me contentando com o silêncio de uma cidade que já produziu notas mais bonitas.

Você, esqueceu-se da arte! E dos artistas. A arte não tem preço e você anda cobrando caro demais pela entrada e pelo conhecimento que deveria ser de todos, de muitos, de graça. Você se tornou de plástico quando deveria ser de concreto, de verdade. Ah, acuso esta cidade de ter trocado o riso pelo choro! O verde pelo cinza.

Você, deveria seguir uma melodia acidentalmente bem pensada antes de qualquer coisa, um fluxo natural, como a Bossa Nova, mas se rendeu a mesmice do que já é velho e ultrapassado. Ver mortes e sentimentos mesquinhos já virou rotina. Novos prédios andam se erguendo em ti. Prédios... há tempos que não vejo parques sendo abertos. Falta uma pá de cimento para esse clichê, que tanto buscamos, o tal de desenvolvimento sustentável.

Por fim, acuso você de só estar crescendo horizontalmente e verticalmente! Mentalmente, quase nada.

Guilherme Vilaggio Del Russo

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