segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Era pra ser rascunho (2009)

É sempre assim, chega dezembro e a gente começa a se perguntar o que de efetivo fizemos neste ano pseudo-terminado. Vem aquela pergunta ácida: você deixou marcas no mundo? Ou o contrário lhe parece mais real? É tempo de considerar a possibilidade de que algumas pessoas são só coisas descartáveis e de que muitos caminhos que você escolheu durante o ano foram errados. Engraçado... se por aí, ecoa a frase "No fim, tudo acaba bem", é porque todos os caminhos escolhidos foram certos. Será?

Particularmente, tornei-me mais realista. A idéia de querer abraçar o mundo me parece mais distante. Veja bem, distante e não esquecida. Alguns acham isso triste, mas eu lhes mostro o outro lado. Ser sonhador machuca mais. Deixei a arte de lado mas, "inquieto" que sou, vim aqui rascunhar idéias e frases com qualquer um. Tive que ir ver a realidade pra entender que é a arte e o abstrato que me atrai. Aprendi que não adianta abraçar o plural porque muito provavelmente o resultado seja você no singular. Continuo controlador, mas tirei um pouco as mãos do volante no trecho sinuoso conhecido como "minha vida". E de fato, não sei se cumpri todas as promessas que me fiz.

As coisas mudam constantemente e como isso é bom. Esse texto mesmo é prova viva. Aliás. escrita. Há 5 minutos ele seria mais um rascunho, mas com um clique ele ganha vida e parágrafos aqui. Certas coisas exigem pouco de nós para acontecer. É, vai saber. A gente nunca sabe quantas são e pras quais são as pessoas que vamos escrever. Ás vezes não sabemos o quanto é importante uma palavra nossa a alguém.

Que em 2009 você troque pontos de interrogação por pontos finais. Ou melhor, por pontos de exclamação! Que as fronteiras entre você querer e fazer sejam menores do que um dia você pensou, que tudo na sua vida seja 102%, entre vitórias e tombos. Que você ame! Ame pra caralho, num português bem claro, sabendo que o limiar entre amor e ódio é tênue, mas que não existe verbo mais lindo. Por fim, que você tique seus desejos atrasados de 2008 e que de uma vez por todas, não deixe novos em branco para 2010. Hora de não ser lembrado, mas sim jamais ser esquecido.


Guilherme Vilaggio Del Russo