sexta-feira, 15 de maio de 2009

vidarejo

e nessas horas inversamente proporcionais a saudade
mantendo a forma eu vou mentindo,
em torno de alguns relâmpagos de questões mal-resolvidas

em algum lugar dessa vida,
eu canto em algum canto e mantenho a obsessão pelo não-óbvio, esse carinho pelo simples, rodiado a verbos e sujeitos irregulares com algum sentido literal.

tudo se nota, tudo se anota e é passível de nota. Por quê? Pra quê? Paro e bocejo a mesmice ao mesmo tempo que respito insensatez. Renomeio o medo, e rasgo contratos de pudor. Sou o fruto maduro da Terra do Nunca. E do pra sempre.

canetas roubadas, tão companheiras em uma sexta perdida substituindo mulheres e seus problemas de meninas. Pontuo-me e finjo não ver luz no fim do túnel. Te dou razão porque isso eu nunca tive. Grito quase sozinho, irreverente e irritado: "Independência ou ônibus!"

abraço o mundo bem forte para ele não escapar! Um mundo onde nada se apega, mas tudo se apaga. De um mundo que é tudo. Menos meu. Tudo isso com pinta de ser concreto, quando era pra ser sonho. Toda essa grandiosidade com o tamanho da nossa intenção dentro de um lugar chamado, vidarejo.

Guilherme Vilaggio Del Russo

2 comentários:

Bru disse...

"...e nessas horas inversamentes proporcionais a saudade mantendo a forma eu vou mentindo..."

"...abraço o mundo bem forte para ele não escapar! um mundo onde nada se apega, mas tudo se apaga..."

E assim agente vai vivendo...

Besitosss!!! Love you!!!

=]

Jéssica. disse...

Além das estrelaas *.*