sexta-feira, 26 de junho de 2009

Ponto de Vista

O mundo é uma grande roda-gigante. Ora cá, estamos no topo, ora lá, tocamos o chão. É um pavor também gigante, mas aceitável. Ás vezes levo como se fosse uma grande brincadeira, daquelas de mau gosto. Daquelas que, quanto maior a altura, maior a queda e o credo. Mas não vou me lembrar se eu der um pulinho qualquer. Tenho afeição por essa dúvida (e dívida) eterna de amanhã. Não uso das melhores roupas, não falo no melhor tom. Sei que essa vida parece uma onomatopéia chata. Pego e a transformo em canção, apesar da conta corrente há tempos não estar bicolor. Antes estivesse azul como este céu que gira, que distancia e se aproxima dos meus olhos..

Ok, isso não tira o meu bom humor e o ar que enche os pulmões. Esse porre diário de esperança que tomo lado a lado ao pão com manteiga de ontem. Há tempos espero mudanças, há tempos uso o mesmo ônibus. Ah, como eu odeio ônibus. São 7 ao dia o que quer dizer que, todo dia eu morro uma semana! É, não dá pra se orgulhar muito, mas aguardo futuros, e não guardo rancores. Me sinto tão homem mas essa letra é tão de menino... Caligrafia é um detalhe, o importante é continuar escrevendo. E injetando essas doses homeopáticas de otimismo. Que faz tudo girar, não faz com que me preocupe com nada, que me deixam ainda menino.

Daqueles que acham que a rotina é parque de diversões, onde você varia entre o medo e o belo. Pois é, isso é a vitória de um par de all-star sujo num mundo moldado de sapatos de couro engraxados. A vista é tão linda daqui de cima que eu me esqueci de olhar para baixo.

Guilherme Vilaggio Del Russo