quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Mal passado

Não vou fazer tanta questão de você, até porque você sempre foi dúvida. Olhe para frente pelo menos uma vez, e veja que o poste está vindo para separar as mãos. Faz algum tempo que estou tentando te resgatar mas você parece estar andando para trás, se afundando em um passado que mistura saudade e lágrimas. Um passado triste que você insiste em ver de novo.
Gosto o suficiente para te chamar algumas vezes. Mas não faça disso minha obrigação. Antes de tudo, éramos parceiros em uma caminhada que tinha tudo para destoar deste passado tão escuro. Do que adianta falar para quem simplesmente não quer ouvir?

Eu, peito aberto para o futuro, sorriso largo para esse presente. Vacinado contra expectativas, contra amores utópicos, obviamente, não por falta de tentativas. A paixão é o retrato do nosso fracasso. Um leite-moça, delicioso no começo, mas que enjoa. Isso porque que você nunca fui um doce de pessoa, convenhamos. Não sei se quero lembrar dos nossos planos mais, e estou pulando suas músicas nos cds. Eu sou o novo que você não quer experimentar. Não posso te esperar tanto tempo, tô cansado de comer este seu fast-food de paixões inventadas. Já mudei meu interior para que ele pudesse mudar o que está ao meu redor, mas você anda a mesma. Não quero ser lembrança, quero ser sua realidade.

Não sou o vilão desta história, então não me peça nada se não tiver nada para me dar em troca. Não posso gostar por nós dois. E você sabe que eu não vou te ligar. Se você se for, será mais do mesmo. Quem não está comigo, só tem a perder. E já está ficando tarde. Ou acorde ou se arrependa.

Guilherme Vilaggio Del Russo

3 comentários:

Mônica Mondo disse...

uou.

Otavio Mello disse...

excepcional este texto!

Juh disse...

Hummn... Uou.
=\

Texto bom. E deu um soco no estômago.