sexta-feira, 28 de março de 2008

Novo Amigo Velho

Costumo abrir a janela todas as noites e olhar para os arranha-céus de São Paulo que pintam a cidade de cinza e dão uma boa “pitada-sem-sal” na vida de muitos de nós. Ontem não foi muito diferente disso.

Para mim, 10 minutos olhando nesta janela são suficientes para acordar melhor no dia seguinte. São nesses dez minutinhos escuros a minha frente, que ele sempre aparece. Aparece sem jeito, ás vezes apressado e meio pertubado. Não olha para trás, nem quer saber se e quando precisaremos dele. Nos dias em que mais estou ansioso por ele, sempre vem devagar, sempre vem sem pressa. E também nos dias em que já não espero por ele, ele vem com força e muda tudo, muda muito. É o único cara que eu conheço que não brinca de sentir saudade.

Confesso que já fomos inimigos mortais, mas hoje nos tornamos amigos daqueles que dividem longas histórias. Me disse certa vez, que as pessoas não costumam aceitá-lo, mas que não se importa a aparece de qualquer jeito. Pensando bem, creio que todos nós, precisamos dele. Um pouco, um pouco menos, no momento certo. Acho que o grande problema é saber lidar com este meu amigo. É aceitar que, e da melhor maneira possível, que ele traz, leva, afasta, ajuda, interrompe, mas que assim como qualquer um, faz parte da vida. Ontem, me disse que, no começo, as mudanças que ele traz parecem ruins, mas que o final, os sorrisos voltam.

E, como sempre, o fim dos meus dez minutinhos se passaram depressa, mas meu amigo me deu a certeza que hoje, ele vai aparecer de novo, dizendo aquelas frases "sem nexo" dele que “todos somos coadjuvantes, e ele o ator principal” e blá-blá-blá. Ele adora criar verdades e realidades.

Amanhã, antes de deitar, vou ouvir mais histórias. Histórias de um certo Tempo...

Guilherme Vilaggio Del Russo

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